RONDONIADINAMICA, 29/11/2024 20h01
O senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, não respondeu se é contra ou a favor da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. A medida foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quarta-feira (27), como parte do pacote de ajuste fiscal do governo federal. Em entrevista coletiva, o parlamentar evitou abordar diretamente a questão (a pergunta foi feita pelo site Bnews), mas criticou outras partes do plano, incluindo a taxação de pessoas com renda mensal acima de R$ 50 mil.
Segundo Marcos Rogério, a taxação dos mais ricos seria uma “medida populista que não terá efeito prático”. O parlamentar destacou que, para ele, as propostas do governo representam um desequilíbrio nas contas públicas e sugerem contradições em relação às diretrizes defendidas anteriormente pela gestão.
“O que o governo está apresentando nesse momento é uma proposta populista. Ele apresenta aqui um conjunto de medidas que vai contra o que ele defendeu há pouco tempo atrás e aí ele apresenta a medida do imposto de renda como uma forma de vacina. Então eu acho que o momento que o Brasil está passando é o momento que exige responsabilidade de todos. A responsabilidade política pelo fracasso econômico e pela agenda fiscal é toda do governo”, afirmou o senador.
Críticas à matemática fiscal do governo
Marcos Rogério também questionou os números apresentados pelo Ministério da Fazenda. Segundo ele, o impacto da isenção do Imposto de Renda, estimado em R$ 90 bilhões, ultrapassaria a economia projetada de R$ 70 bilhões para os anos de 2025 e 2026, criando um descompasso fiscal.
“A oposição não trabalha contra o Brasil, a oposição não trabalha contra os brasileiros e vai trabalhar com responsabilidade no enfrentamento desse tema. Repito, o governo vai numa direção de cortar dos mais fracos, porque ele faz isso no primeiro momento, aí ele sinaliza por outro lado a questão da isenção do imposto de renda e aí a retórica política, taxação dos super ricos. Mas na matemática que o governo apresenta, já é um fracasso numérico”, criticou.
Anúncio do pacote fiscal
As medidas de ajuste fiscal foram anunciadas pelo ministro Fernando Haddad em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão. De acordo com o ministro, o objetivo é combater a inflação, reduzir o custo da dívida pública e promover juros mais baixos, alinhando a economia a uma visão humanista.
O governo federal espera alcançar uma economia de R$ 70 bilhões com os cortes anunciados, que incluem uma série de ajustes nas despesas públicas. A proposta está sendo avaliada no Congresso, com a oposição sinalizando resistência a pontos específicos do pacote.